Carne Barrosã

O SABOR DA NATUREZA – A FORÇA DA CONFIANÇA

Com o cunho dos prados verdes do Norte, dos lameiros e pastos naturais, marcada pelo milho e pelo azevém semeados pelos produtores, esta raça nobre produz uma carne de excelência. Por este motivo, no sêc. XIX, muitas embarcações exportavam milhares de animais diretamente para a Corte Inglesa. Ainda hoje é vulgar encontrar-se a designação de “portuguese beef” em restaurantes londrinos, tendo na Carne Barrosã a sua origem.

A “Carne Barrosã” – DOP tem uma cor rosada a vermelha escura, com gordura branca a branca suja, conforme se trate de vitela ou animal adulto. A carne é deveras tenra, extremamente suculenta e muito saborosa.

O flavor, sensação complexa que se obtém pela combinação das características olfactivas e gustativas perceptíveis durante a mastigação, mantém-se com excelente nota e muito semelhante em todos os pesos de abate. Esta característica, tal como a suculência deve-se em grande medida ao “marmoreado da carne” estando por isso correlacionada com a repartição da gordura e a sua composição lipídica.

Na realidade, estas valências, textura, cor, suculência e flavor, dão à ”Carne Barrosã”-DOP uma qualidade ímpar. A sua fama prolongou-se por gerações, não se esfumando com as actuais polémicas à volta da carne de bovino, que com excessiva e desajustada mediatização tanto tem perturbado os consumidores.

Segundo os mais recentes estudos, a presença nas suas fibras musculares de ácidos gordos insaturados, ómega 3 e ómega 6, nomeadamente de ácido linoléico conjugado – CLA, e de antioxidantes, entre outros elementos, aliada ao baixo teor em colesterol conferem à “Carne Barrosã – DOP” propriedades promotoras de saúde. Estas são evidentes a nível do sistema cardiovascular, do sistema imunitário além do seu efeito anticarcinogénico. O rigor das modernas técnicas de controlo de qualidade é o garante de toda a riqueza da tradição da raça.

A idade normal de abate é entre os cinco e os nove meses, pesando em média 184 kg de peso vivo para os machos e 169 kg para as fêmeas, com pesos médios de carcaça que rondam os 98. O abate só pode ser realizado em matadouros credenciados pela Entidade Certificadora e autorizados pelo Agrupamento de Produtores e que garantam condições de estabulação, limpeza e higiene aliados à capacidade de rede de frio que permita a armazenagem quer das carcaças quer das suas peças. As carcaças têm que exibir as marcas de certificação apostas pela entidade de controlo e certificação (SATIVA) em locais visíveis.

 

A área geográfica de produção da “Carne Barrosã” abrange os concelhos de Amares, Braga, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Terras do Bouro, Vieira do Minho e Vila Verde do distrito de Braga; os concelhos de Felgueiras e Paços de Ferreira do distrito do Porto; os concelhos de Arcos de Valdevez, Melgaço, Monção, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Paredes de Coura e Valença do distrito de Viana do Castelo e os concelhos de Boticas e Montalegre do distrito de Vila Real.
Mercê do rigoroso controlo com que é seleccionada e criada, a “Carne Barrosã ” tem Denominação de Origem Protegida (DOP) por Despacho 18/94 de 31 de Janeiro (Diário da República II Série). O uso da Denominação de Origem obriga a que a carne seja produzida de acordo com as regras estipuladas no Caderno de Especificações, o qual inclui, designadamente, a identificação dos animais, o saneamento e a assistência veterinária, o sistema de produção, a alimentação, as condições a observar no abate e conservação das carcaças, associados a um rigoroso sistema de segurança alimentar e a uma efectiva rastreabilidade, da exploração pecuária até ao consumidor (farm to fork).

Apenas poderá beneficiar da denominação de origem “Carne Barrosã” a carne de animais que respeitem os processos de produção e certificação estabelecidos no Caderno de Especificações da DOP.

As condições gerais, que é necessário obedecer para beneficiar da Denominação de Origem Protegida, são às seguintes:

  •  A unidade de produção deve situar-se, obrigatoriamente, na área geográfica de produção;
  • Alimentação animal feita à base de produtos naturais;
  • Só é permitido a certificação da carne proveniente de animais da Raça Barrosã inscritos no Livro Genealógico;
  • A identificação dos animais deverá ser feita durante os primeiros 20 dias de vida (prazo legalmente estipulado pelo SNIRA);
  • Cumprimento do plano de profilaxia determinado pelos Serviços Oficiais e realização de todos os tratamentos e/ou vacinações considerados necessários;

Na exploração têm que existir os seguintes registos:

  • Passaporte do Bovino;
  • Livro de Registo de Tratamentos;
  • Livro de Registo de Existências e Deslocações de Bovinos;

Com a adesão os produtores ficam ainda comprometidos a dar cumprimento a todos os acordos adoptados pelo Agrupamento de Produtores e a facilitarem a realização de todas as acções de controlo à sua unidade de produção pelo Instituto de Certificação “SATIVA”.


PARCEIROS

AMIBA – Associação de Criadores de Bovinos de Raça Barrosã, criada em 1990 tem como finalidade a preservação e o melhoramento da Raça Barrosã tendo por missão:

  • Identificar ao nascimento todos os vitelos filhos de pais inscritos no Registo Zootécnico/Livro Genealógico colhendo, nessa altura, material para também identificar geneticamente com base nas técnicas de ADN;
  • Registar todos os animais nascidos da raça barrosã nos distritos de Vila Real, Viana do Castelo, Braga e Porto no Livro Genealógico;
  • Controlar os postos de cobrição natural e a inseminação artificial;
  • A testagem e recria de reprodutores machos;

PEC NORDESTE – Indústria de Produtos Pecuários do Norte, situada em Penafiel e detentora da unidade de abate, na qual são abatidos, na totalidade, os animais destinados à certificação.

SATIVA – Controlo e Certificação de Produtos, organismo privado que controla todas as etapas do processo de certificação da “Carne Barrosã – DOP”.

Exija sempre a apresentação do certificado de origem e verifique a sua validade.